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A Periodontologia é a área da Medicina Dentária responsável pelo diagnóstico, tratamento e prevenção das doenças relacionadas com os tecidos circundantes dos dentes e implantes — que podem ser divididas em três grandes grupos:

Gengivites – quando diz respeito à gengiva apenas.
Periodontites — quando abrange também a parte óssea.
Periimplantites — quando diz respeito aos tecidos à volta de implantes.

A doença periodontal afeta cerca de 50% dos pacientes adultos, não obstante é ainda hoje diagnosticada muito tarde, sobretudo pela falta de sintomas iniciais.

Este tipo de doença pode resultar da acumulação de bactérias nos tecidos da cavidade oral que causam uma reação inflamatória evoluindo cronicamente e que pode levar à perda de osso de suporte dos dentes, mobilidade dentária, abcessos periodontais, bolsas periodontais e recessões gengivais, causando o desenvolvimento de doenças dos tecidos que circundam o dente.

Esta doença encontra-se ainda relacionada com patologias sistémicas.

Algumas causas deste tipo de doença:

– Influência de fatores de risco genéticos.
– Resultado de doenças sistémicas como a leucemia, diabetes mellitos, Pneumonia Adquirida na Comunidade, pneumonia nosocomial e DPOC, doenças cardiovasculares entre outras;
– Consequência da toma de medicação (ansiolíticos, antiepiléticos, bloqueadores de canal de cálcio, entre outros);
– Desregulações hormonais (puberdade, menopausa e gravidez);

A doença periodontal é fator de maior incidência da doença oral e sistémica quando está presente sem tratamento. Influencia igualmente a sua saúde e o bem-estar. Uma carga bacteriana elevada na placa dentária cria reações inflamatórias crónicas que se encontram associadas a várias patologias sistémicas e ao risco aumentado de desenvolvimento de AVC, enfarte agudo do miocárdio e partos prematuros.

Alguns sinais e sintomas de doença periodontal:

– Sangramento gengival espontâneo ou na escovagem;
– Sangue na almofada ao acordar;
– Aumento da sensibilidade dentária;
– Retração gengival;
– Zonas mais avermelhadas ou com edema;
– Sensação de mau-hálito;
– Sensação de boca seca;
– Mobilidade dentária;
– Dificuldade no controlo glicémico;
– Febres sem foco;

O tratamento destas doenças pode passar, numa primeira fase, por uma raspagem da placa bacteriana e alisamento radicular e depois por fases cirúrgicas com o objetivo de eliminar bolsas periodontais e/ou regenerar tecidos de suporte perdidos. Poderá ser necessário o recurso a antibióticos para o controlo bacteriano.

Existem casos onde a recessão gengival já se encontra avançada, pelo que o tratamento tem de passar por uma cirurgia plástica periodontal para recuperar o tecido perdido e devolver a harmonia e o equilíbrio estético. Daí que o diagnóstico precoce seja fundamental.

Sem uma gengiva saudável é impossível obter sucesso nos tratamentos orais e no controlo/prevenção de doenças crónicas, o que relaciona de forma direta esta área com outras da medicina como a endocrinologia, Cirurgia cardiotorácica, maxilo-facial, pneumologia, oncologia, medicina geral e familiar, medicina interna, otorrinolaringologista, entre outras.

Na avaliação, pode ser necessário o recurso a uma biópsia para avaliar as alterações morfológicas dos tecidos garantindo o diagnóstico e correspondente plano de tratamento. Este tratamento pode envolver o uso de medicamentos como anti-inflamatórios, antibióticos, corticoides, imunossupressores ou antivíricos, dependendo da sua causa.

O Médico Dentista é o profissional indicado para a deteção precoce destas lesões. Não obstante, a saúde oral é responsabilidade de cada pessoa e a vigilância é crucial para a sua deteção precoce de patologias orais e sistémicas.

Assim, é importante seguir as seguintes recomendações:

Realizar o autoexame em casa, com palpação e visualização da boca em frente ao espelho.

Criar o hábito de observar a anatomia normal da cavidade oral.

Ter atenção a alterações e sinais de alerta:

– Aftas ou úlceras que duram mais que 2 semanas;
– Lesões brancas e/ou vermelhas;
– Nódulos ou massas endurecidas;
– Dificuldade na mastigação;
– Limitação dos movimentos da língua;
– Perdas de sensibilidade;
– Sangramentos espontâneos;
– Alteração do gosto dos alimento;

A consulta de medicina dentária, na qual se inclui o rastreio do cancro oral, deve ser realizada a cada 6 meses e sempre que for detetada alguma lesão suspeita.

Benefícios deste procedimento vs. implantes tradicionais:

– Redução do tempo de tratamento;
– Maior conforto do paciente;
– Colocação de dentes fixos no mesmo ato (carga imediata);
– Aumento das taxas de sucesso.

Uma das vantagens mais evidentes do All-on-4 é permitir aos pacientes ter dentes fixos em apenas um dia.

Ao passo que a colocação de implantes tradicionais exige várias consultas e meses de cicatrização com uma prótese removível, a técnica All-on-4 permite que os pacientes tenham dentes fixos totalmente funcionais numa única visita.

Esta técnica passa pela colocação estratégica dos quatro implantes que fornecem estabilidade e suporte máximos para os dentes substitutos. O processo é relativamente simples, num dia são realizados todos os exames auxiliares de diagnóstico necessários (ortopantomografia, TC, impressões digitais) para planeamento cirúrgico e protético ( realização de uma prótese provisória estética e natural).

Outro benefício do procedimento All-on-4 é conceder mais conforto. Os procedimentos tradicionais geralmente requerem enxerto ósseo, o que pode ser doloroso e requer um tempo de cicatrização mais longo. A técnica All-on-4 elimina a necessidade de enxerto ósseo, reduzindo o desconforto e o tempo necessário para a cicatrização, mesmo em casos de pouca disponibilidade óssea.

A taxa de sucesso do procedimento All-on-4 é impressionante. Estudos demonstraram que a técnica All-on-4 é bem-sucedida em 98% dos casos, tornando-a um dos procedimentos de implantes disponíveis mais confiáveis.

Parece obra do futuro, mas é presente: é possível colocar dentes fixos num dia de uma forma segura e com recuperação da função de todo o sistema estomatognático, como a mastigação, a fonética, e a estética.